Kichute é um calçado, misto de tênis e chuteira, produzido no Brasil desde a década de 70 pela Alpargatas, teve seu ápice entre os anos de 1978 e 1985, quando suas vendas ultrapassaram 9 milhões de pares anuais.
Feito de lona e solado com cravos de borracha, todo ele preto, virou mania entre os meninos, pois era usado tanto para ir à escola quanto para a prática do futebol, ainda mais depois da conquista do Brasil da Copa do Mundo de 1970. Devido ao seu grande cadarço, era comum entrelaçá-lo na canela antes de amarrá-lo, ou mesmo dar voltas nele próprio, passando pelo solado.
Foram lançadas bolas de futebol de salão e de campo com a marca Kichute.
Com a entrada de modelos importados de tênis, suas vendas despencaram, mas o Kichute nunca deixou de ser produzido. Atualmente, devido ao revival dos anos 70 e 80 na moda, muitos estilistas famosos estão utilizando o Kichute em suas coleções.
A empresa queria um calçado para aproveitar a paixão futebolística que assolava o Brasil por conta do Bicampeonato Mundial de 1962. Em 15 de junho de 1970, durante a Copa do Mundo do México o Kichute foi lançado e não poderia ter sido em melhor hora. A seleção brasileira de futebol jogava por música e o Kichute vendia como água. O calçado, a princípio criado para atender as classes C e D, era barato e muito, mas muito resistente. Além da praticidade, o Kichute era feito de lona e tinha cravos que imitavam uma chuteira de verdade.
A partir daí o Kichute passaria a estar intimamente ligado ao futebol, para sua alegria e posterior desgraça. O empresário Ricardo Trancoso, hoje dono de uma loja de material esportivo em Campos, foi um dos que usaram o Kichute na infância, mas hoje afirma que o bom e velho calçado não teria vez perto dos tênis esportivos que dão muito mais conforto para o usuário. "As marcas estão muito modernas e ninguém quer usar um Kichute, além de ser desconfortável perto dos calçados de hoje não tem o mesmo apelo que as novas marcas têm, o conceito de durabilidade que o calçado oferecia hoje não faz mais sentido", conta.
Foi justamente uma concorrência desleal que derrubou as vendas do Kichute e o transformou em peça de museu. Por estar diretamente ligado ao futebol, os pais preferiam comprar um calçado que pudesse durar, já que na hora do recreio a brincadeira predileta era chutar de bola de couro a latas de leite, o negocio era chutar alguma coisa. O problema é que com as derrotas da Seleção Brasileira de Futebol em 1982, 1986 e 1990, a história de chutar alguma coisa foi ficando sem graça e as vendas do Kichute caíram com o futebol do Brasil.
O calçado que chegou a vender em 1978, quase 98 milhões de pares, o que dá a impressionante marca de 10% da população do Brasil na época, não vendeu nem 10 milhões de pares em todo o país. Quando o Brasil voltou a ganhar uma Copa do Mundo os tênis esportivos já haviam escrito o epitáfio do Kichute. "A performance dos esportivos é muito melhor do que a do Kichute e para quem usava o calçado o dia inteiro era meio desconfortável, alem de causar um chulé insuportável".
O KICHUTE E SEUS LAÇOS
Com certeza um dos maiores charmes do Kichute era a forma de se amarrar o cadarço. Nada dos nós mirabolantes que hoje estampam os All Stars, as formas de se amarrar o Kichute eram mais simples. Ou se amarrava o Kichute por baixo, com os cadarços passando por baixo do tênis ou amarravam os cadarços na canela. Conta a lenda que quem amarrava o cadarço por baixo eram os meninos que jogavam bola. E quem amarrava na canela não era muito bom com a bola nos pés. Como o Kichute possuía cravos de borracha maciça, altos, que imitavam os cravos de uma chuteira, passar o cadarço por baixo do calçado não trazia problema algum.
Cara que saudades dessa época!
ResponderExcluirAbração parabéns pelo Blog!
Obrigado, faço com o maior prazer
ResponderExcluirComo faço pra comprar um kichute
ResponderExcluirQue saudade bateu agora do kichute tive varios pares na epoca era tenis para toda obra feio mais duravel que bela lembrança !! Belém - pará - Brasilll REMOOOOOOOOO
ResponderExcluirERA O ÚNICO QUE AGUENTAVA OS CAMPOS DE TERRA DA ÉPOCA, SEM CONTAR QUE ERA PAU PRA TODA OBRA. FOI UM TÊNIS ESCOLAR, E TAMBÉM PRA FESTA QUANDO CRIANÇA.
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