DE VOLTA AOS ANOS 80

sábado, 21 de agosto de 2010

DE VOLTA AOS ANOS 80


A década de 1980, ou simplesmente anos 80, foi o período de tempo entre os anos 1980 e 1989. Foi um período bastante marcante para a história do século XX segundo o ponto de vista dos acontecimentos políticos e sociais: é eventualmente considerada como o fim da idade industrial e início da idade da informação, sendo chamada por muitos como a década perdida para a América Latina.

POLÍTICA

Promulgação da Constituição de 1988, o atentado do Riocentro (1981) e a morte de Tancredo Neves (1985), a criação da nova Constituição Brasileira em 1988, ensejaram mudanças radicais nos rumos políticos do país; no mundo, o atentado contra o Papa João Paulo II e eleição de Ronald Reagan nos Estados Unidos da América e de Margaret Thatcher no Reino Unido marcariam toda a década de 80 e traçaram a política neoliberal que hoje é apanágio da maioria dos países capitalistas .

MÚSICA


No rock, o punk se renova, mais acelerado e intenso (como no hardcore).
Já o hard rock também recebe novas influências, com batidas mais fortes e sons de guitarras mais pesados, o que trouxe ao público um dos gêneros musicais mais populares da década: o heavy metal, que, na sequencia, também gerou inúmeras vertentes ainda mais rápidas e pesadas, como o thrash metal, speed metal e o black metal. Alguns exemplos que se consagram na década neste gênero do rock foram as bandas Iron Maiden, Helloween e Manowar, na versão clássica do heavy metal; e os grupos Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax, no thrash metal. Conservando as raízes do hard rock, também merecem destaque os longos períodos de sucesso que tiveram as bandas Van Halen, AC/DC, Whitesnake e Scorpions no decorrer dos anos 80.
Outras inúmeras bandas de rock e pop surgiram nos anos 80: Dire Straits, A-ha, Supertramp, U2, The Smiths, Duran Duran. Algumas, surgidas em meados dos anos 70, só se consolidaram na década de 80; no Brasil, RPM, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana, 14 bis, Barão Vermelho, Kid Abelha, Ira! entre outras.
Os anos 80 são conhecidos também como a década da música eletrônica. Nesta época, o New Wave e o Synthpop se tornam os gêneros musicais mais vendáveis e populares, assim como toda a estrutura da Dance Music. Surge a MTV e o hip hop; advento da música eletrônica nas pistas de dança e as primeiras raves. No underground é criado o rótulo "música industrial" para bandas eletrônicas mais experimentais e obscuras, além de diversas bandas de rock de garagem que dariam origem ao grunge na década de 1990. Foi nos anos 80 que surgiu a vertente da música que mais originou variantes, a House music. Inspirada em experimentações sobre batidos dos anos 70, principalmente a disco music, teve como principais representante: Bomb the bass, S'express, gino latino, coldcut, entre outros. Em 83 surgiu no underground a sub-cultura gótica (Ver artigo: Gótico (estilo de vida)) na Inglaterra, denominada incialmente como "Dark" no Brasil sendo esta derivada do gênero Pós-punk.
No Brasil foi lançado o primeiro Rock in Rio (1985). É inaugurado o Sambódromo na cidade do Rio de Janeiro em 1984. Consolidavam-se o estilo musical da MPB, ou música popular brasileira (surgido na segunda metade da década de 60), e as bandas de música pop e de rock and roll, como Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Engenheiros do Hawaii, Titãs, RPM, Lobão, Zéro, Paralamas do Sucesso, João Penca e seu Miquinhos Amestrados, Dr.Silvana e Cia, Heróis da Resistência, Metrô, Radio Taxi, Ego Trip, Afrodite se Quizer, Tóquio, Claudio Zoli, (com a banda Brylho e Solo). A MPB consagrou a posição de destaque das vozes femininas na música brasileira, entre os fenômenos individuais destacam-se Elba Ramalho, Simone, Marina Lima, Maria Bethânia, Zizi Possi, Fafá de Belém, Elis Regina, Gal Costa, Rita Lee, Rosana e Joanna. Dentre as vozes masculinas, Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Tom Jobim, Guilherme Arantes, Flávio Venturini, Djavan, Dalto, Marcos Valle, Ivan Lins, Ritchie e Gilberto Gil.
Dentre os artistas internacionais mais carismáticos, destacam-se Michael Jackson, com o álbum Thriller, o mais vendido da história, e que também inventou o videoclipe moderno; a contraparte feminina, Madonna e Cyndi Lauper, um dos principais ícones fashion de todos os tempos; Tina Turner voltou ao mundo da música lançando um novo álbum, Private Dancer, mega sucesso, além de apresentações eletrizantes ao redor do mundo. Outros cantores que se destacam nessa década são Kylie Minogue, Janet Jackson, George Michael, Boy George, Lionel Richie, David Bowie, Whitney Houston, Paula Abdul, Prince, Billy Idol, Bruce Springsteen, Laura Branigan, George Benson, Diana Ross, Al Jarreau, Ric Astley, Glen Medeiros, Anita Baker, Dionne Warwick entre outros.

A NEW WAVE


A New Wave foi um movimento musical que marcou principalmente os anos 80. Ela se referia a uma série de estilos musicais então emergentes – daí a confusão que até hoje muitos fazem, englobando tanto uma onda mais alegre, divertida e colorida, quanto um som mais triste, plangente, sombrio e meditativo, neste mesmo balaio.
Normalmente esta expressão está conectada às origens da música pop norte-americana, inglesa, canadense e australiana, em fins da década de 70 e princípio da de 80. Esta expansão foi desencadeada pelo boom do punk rock nova-iorquino, especialmente em torno do clube conhecido como CBGB – Country, Bluegrass, and Blues and Other Music For Uplifting Gormandizers -, situado em Manhattan.
Em relação ao punk, porém, a New Wave era considerada um estilo mais singelo e inocente, embora preservasse a falta de reverência de seu antecessor. A Nova Onda, tradução literal deste movimento, se caracterizava principalmente por abranger inúmeras expressões musicais, desde um som mais roqueiro, como os de Nick Lowe e do grupo XTC, até uma sonoridade mais eletrônica, como a de Gary Numan.
Pode-se pensar também no ritmo importado do Caribe, que marca a produção de Kid Creole and the Coconuts, ou na opção psicodélica de Television e do B-52’s, e ainda na fusão com o funk que definiu a obra do Talking Heads. Há especialistas que unem a sonoridade de Michael Jackson, Madonna, Cindy Lauper, Björk, Mick Jagger e Boy George para estabelecer uma visão mais precisa da New Wave, que também é compreendida como uma vertente do célebre Rock and Roll.
A New Wave surge quando o som das discotecas, predominante nos anos 70, dá sinais de esgotamento, ao mesmo tempo em que o punk aponta para sua decadência. Este novo movimento dá uma injeção de energia no estilo roqueiro. Além de agitar o cenário musical, esta nova onda também revitaliza a cena estética. O universo fashion é invadido pelo excesso de ombreiras, de tonalidades verde limão impressas em muita popeline; os cabelos são mergulhados em glitter gel. A alegria é a marca maior deste mix musical e estético.
Muitos críticos musicais consideram um certo parentesco entre a vertente mais divertida e alto astral da New Wave e a sonoridade mais melancólica de grupos como The Cure, Smiths, Duran Duran e Devo, mas somente na caracterização visual, e por pertencerem a um mesmo período. Estas bandas, porém, estariam mais próximas de um movimento pós-punk, do qual a nova onda difere em vários aspectos, até mesmo por ter nascido um pouco antes desta ramificação do Rock and Roll.
No Brasil este movimento musical contribuiu para o fortalecimento do rock brasileiro, que não seria o que ele é hoje sem esta explosão dos anos 80 no cenário mundial. A emergência da New Wave ocorreu praticamente ao mesmo tempo em que o rock nacional nascia e dava seus primeiros passos. Houve neste país uma mistura de movimento punk, mobilização pelas Diretas Já, processo de redemocratização, fim da Ditadura Militar e a emergência de novos parâmetros culturais. Este mix fez o cenário musical brasileiro fervilhar, com a presença de bandas como Titãs, Ira!, Ultraje a Rigor, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Paralamas do Sucesso, entre outras.
O uso desmedido de sintezadores e teclados já preparava o terreno para a emergência de novos estilos, como o new romantic, o britpop, a eurodance e o dance. Não demorou muito para que a New Wave cedesse espaço para uma nova invasão musical britânica, inspirada no movimento punk e na própria New Wave.

DESENHOS


Naquela época, os desenhos animados eram divertidos e prazerosos de assistir, não só pelos roteiros bem elaborados, mas sim pela inoscência de alguns personagens como Os Smurfs. Os vilões, muitas vezes eram  mais adorados do que os próprios heróis pelos fãs dos desenhos, os vilões realmente acabam roubando a cena em alguns momentos. O Esqueleto do desenho He-man por exemplo é o personagem mais querido pelos adoradores do desenho do que o próprio herói que tem a força!

 

FILMES

Quem está na casa dos vinte e "muitos" anos, com certeza, se lembra dos filmes adolescentes que foram uma verdadeira febre nos anos 80. Com enredo mais fraco do que peça de primário, figurino new wave brecholento (lembram da calça "baggy"?... eca!), e trilhas sonoras "glam" (que hoje são verdadeiros clássicos), estes filmes foram responsáveis pelo lançamento de diversos astros.
Matt Dillon, Ralph Macchio (lembra do Daniel-San de Karate Kid?), Patrick Swayze, Rob Lowe, Emilio Estevez e Tom Cruise foram lançados ao estrelato pelo filme Vidas sem rumo (The Outsiders, 1983) de Francis Ford Coppola. Tom Cruise, no mesmo ano ficou ainda mais famosos por Negócio Arriscado (Risky Bussiness), em que ele interpretou um garoto que promove a maior festa de sua vida com a ajuda de prostitutas. É desse filme a cena de Cruise dançando na sala vestido apenas de meias, cuecas e óculos escuros.
Alguns, não tiveram sorte com o sucesso. É o caso do ator Anthony Michael Hall, o carinha dos filmes Gatinhas e gatões (Sixteen Candles), Clube dos 5 (The Breakfast Club) e Mulher Nota 1000 (Weird Science), todos dirigidos por John Hughes em 1985.
Desiludido com Hollywood (que descartou o coitado tão logo ele engrossou a voz, livrou-se das espinhas e do aparelho horroroso), Anthony Michael Hall se envolveu com drogas. Aos vinte anos, com uma carreira que parecia promissora - segundo o falecido diretor Stanley Kubrick, era o jovem ator que tinha mais chance de se dar bem naquela época -, o garoto desandou completamente. Hoje, livre do vício, ele corre atrás do prejuízo e de bicos no cinema. Seu último papel notório foi o de namorado da atriz Wynona Rider em Edward Mãos-de-Tesoura.
Os filmes de adolescente eram o máximo. Lançavam tendências musicais, moda e por incrível que pareça, lotavam salas de cinema.
O sexo (claro) era o tema central. É o caso da série Porkys (lembra do Pee-Wee, traduzido aqui por 'Pequeno'?), Picardias Estudantis, O último americano virgem, A primeira noite de Jonathan e por aí vai...
A fórmula para se fazer um filme para adolescentes era a seguinte: Rapaziada sem nada pra fazer + férias ou festinhas de colégio + cabeças cheias de más intenções = Filmeco "teenxploitation".
Seguindo essa fórmula básica, os estúdios lucravam muito e gastavam bem pouco, já que ao atores eram desconhecidos e a produção, precária. Um dos maiores clássicos do gênero, e seu precursor, foi o excelente Clube dos Cafajestes (National Lampoon´s Animal House, 1978). Além de a estréia de Kevin Bacon (Homem sem sombra) e Karen Allen (Mar em Fúria), o filme tinha como um dos melhores personagens John 'Bluto' Blutarsky, interpretado pelo comediante do Saturday Night Live: John Belushi (que dois anos depois seria Jake Blues em Os Irmãos Cara-de-Pau). Pra variar, muito sexo, menores bebendo, festa da toga (Toga, toga, toga!!!)...
Mas nem só de sexo vive o adolescente, certo? (ah é? Do quê mais, então?) Havia também os filmes mais "cabecinhas" que tratavam de relacionamento com os pais, drogas, e a descoberta do amor.
São exemplos deles: A lenda de Billie Jean, Ruas de fogo, Tuff Turf, o rebelde (esse é CLÁÁSSICO), Namorada de aluguel (quem não se lembra da 'dança do ritual do acasalamento do tamanduá africano'?), Sobre ontem à noite, e A garota de rosa shocking.
Esse último, produzido por John Hughes (o maior especialista no assunto), merece um parágrafo... eu me lembro que causou o maior rebuliço. Em primeiro lugar, tinha como trilha sonora In between days - clássico da banda britânica The Cure. Em segundo, a protagonista, (a ruivinha Molly Ringwald, que virou uma espécie de ícone dos "teen movies" na época) era uma garota mais responsável que os próprios pais e tinha que se virar para viver. Muito legal. Sem contar, os modelitos que ela inventava... costurava saia de tule em corpete de couro, jaqueta jeans cheia de fragmentos de espelhos... cabelo arrepiado... uma loucura, que só os anos 80 permitiam...
Também vale a pena lembrar de O primeiro ano do resto de nossas vidas (St. Elmo´s Fire, 1985) e Curtindo a vida adoidado (Ferris Buellers Day Off, 1986). O primeiro, dirigido por Joel Schumacher (8mm), tinha Emílio Estevez, Rob Lowe e Judd Nelson no elenco e lançou Demi Moore e Andie MacDowell ao estrelato. Já o segundo, obrigatório para qualquer cinéfilo de 'vinte e poucos anos', tinha no elenco Matthew Brodderick e Alan Ruck (o Stuart do seriado Spin City).
Curtindo a vida adoidado era a história de Ferris Bueller, o adolescente que todo adolescente gostaria de ser na época. Esperto e cheio de manhas para enganar os pais e professores, Bueller resolve tirar um dia inteiro de folga e simplesmente aproveitar a vida com o melhor amigo e a namorada. Memorável! (tiquiticáaaa...)
Depois de tantas lembranças, não se sinta culpado de ir até a locadora e alugar Férias do Barulho (Private Resort, 1985) pra ver a cara de menino do Johnny Depp nos anos 80, ou querer baixar o MP3 de Tonight is what it means to be young, trilha sonora do Ruas de Fogo...

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